domingo, 17 de junho de 2012

A arte dos antigos povos da região dos Andes

 Na América do Sul, os povos que desenvolveram uma produção cultural mais organizada localizaram-se principalmente ao norte, na região do atual território peruano.
        As culturas que formaram o patrimônio artístico do Peru pré-colombiano têm raízes muito remotas e evolução histórica bastante complexa.
        A cultura mochica existiu ao longo da costa setentorial do Peru, entre os anos 200 e 800 da nossa era. De sua arte, destaca-se a ourivesaria, que produziu joias e adereços femininos. Sua cerâmica também é apreciável, pela decoração pictória e pelos curiosos formatos dados aos objetos de uso diário: animais e cabeças humanas.
        Ao sul e próximo a Bolívia, por volta do ano 1000 a civilização mais significativa foi a tiahuanaco. Seu nome provém de uma antiga cidade do altiplano boliviano. Localizada próximo de La Paz, na Bolívia, a antiga cidade de Tiahuanaco ainda desafia a análise e a interpretação dos arqueólogos, com sua arquitetura e escultura de maçicas figuras. 
       Ao norte, entre os anos 1300 e 1438, desenvolveu-se a requintada civilização chimu, cujos trabalhos em cerâmica e ourivesaria, como vasos zoomórficos e antropomórficos, ídolos e máscaras cerimoniais, apresentam ora motivos realistas, ora motivos abstratos. 
       Por fim, aproximadamente entre os anos 1400 e 1532, já em época próxima à chegada dos espanhóis, desenvolveu-se a civilização inca, que ocupou principalmene a alta região andina. O aspecto mais surpreendente da cultura inca é a arquitetura, da qual tanto Cuzco, a antiga capital do império inca, como a vizinha fortaleza de Sacsahuaman e as construções da cidade de Machu Picchu, são importantes exemplos.
       Como a região de Cuzco é muito sujeita à ação de terremotos, os incas desenvolveram uma amarração de pedra para suas construções, de modo a torná-las resistentes aos movimentos da terra. Percebendo isso, os colonizadores espanhóis usaram os muros incas como suporte para sua própria arquitetura, transplantando para a América o estilo espanhol. 
        As construções incas impressionam pela imponência e ao mesmo tempo pela simplicidade: seu único elemento ornamental são as portas em forma de trapézio.
        Apesar dos mistérios que envolvem a história de Machu Picchu, sua nítida organização urbanística permite notar algumas divisões em setores: um bairro da nobreza imperial, uma praça sagrada, um bairro dos mestres e artesões. 
        Existem hipóteses para explicar o porquê da construção dessa cidade, mas na verdade pouco se sabe sobre os reais motivos que levaram os incas a transportar de tão longe, com inimagináveis sacrifícios, predras e água para construir uma cidade tão admirável. As eternas testemunhas desses fatos serão sempre apenas o Sol, as estrelas, os silenciosos picos andinos e o vento, que continuamente varre suas pedras. 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A arte dos povos mexicanos

Uma das mais importantes civilizações que habitaram o território ocupado hoje pelo México foram os olmecas. Considera-se que essa civilização tenha produzido principalmente esculturas rústicas, mais de grande força expressiva, muitas vezes com materiais raros como o jade. Suas obras impressionam também pela monumentalidade
                 Cabeça monumental (c.850-150a.C.)


        Essa escultura está preservada no Museu de Antropologia, na cidade do México.
       Outra civilização que teve grande destaque na parte sul da mesma região, na península do Iucatã, foram os maias. Essa civilização construíu grandes cidades e desenvolveu uma arquitetura monumental, da qual são exemplos obras encontradas em diversas regiões do sul do México, da Guatemala e de Honduras. 
       As construções maias são, em geral, de dois tipos: pirâmide 


               Templo das inscrições em Palenque, México.


e palácio.
Palácio do governador em Uxmal, Iucatã, no México.


       Um exemplo de construção mais em forma de pirâmide é o Templo das inscrições, erguida sobre patamares retangulares, sendo o seguinte sempre menor que o primeiro, de modo a dar a forma piramidal. Em seu topo encontra-se o templo, também retangular, com frontão trabalhado em relevo. Uma escadaria íngrime corta um dos lados da pirâmide e dá acesso ao templo. 
        O palácio maia possui apenas um andar, segue uma concepção retangular e possui ornamentos em relevo. 
        A arte maia se manifestou na escultura através da decoração dos templos e dos palácios 


                  Rainha de Uxmal (c.1000), no México.


ou na apresentação sob a forma de pequenas figuras


 A tecelã, escultura maia em terracota produzida na ilha de Jaina.

         A escultura Rainha de Uxmal, representada através de uma figura humana sainda da boca de uma serpente, fazia parte da decoração de um templo maia. Foi-lhe atribuída a denominação "rainha" por pesquisadores do século XIX. 
        Entre os séculos XIVe XVI, desenvolveu-se na região do México, antes da chegada dos colonizadores espanhóis, a última civilização, os astecas. Esse povo fundou a cidade de Tenochtitlán, às margens do lago Texcoco, e criou aí um organizado e próspero centro urbano. 
        Em Tenochtitlán, os astecas ergueram imponentes templos piramidais e luxuosos palácios para um império absolutista e de rígida organização social de senhores e escravos


 Estela comemorativa da inauguração do grande templo de Tenochtitlán, ocorrida e, 1487, no início do reinado                                                                     de Ahuizotl.
       
        Os astecas dominavam conhecimentos de matemática e astronomia. É o que evidencia a peça encontrada em 1790 - A Pedra do Sol-, durante as reformas da catedral da Cidade do México, contruída sobre o local do antigo templo de Tenochtitlán
 Esse grande calendário talhado em pedra apresenta, ao centro, a figura de Tonatiuh, o deus do Sol, e, em círculos concêntricos, figuras que simbolizam os dias, as semana e os meses, além de entidades do universo.


 
 Pedra do Sol (c.1324-1521), também conhecida como Calendário asteca, obra de origem asteca em cujo centro é representado o rosto do deus do Sol Tonatiuh.


    Esse grande calendário talhado em pedra apresenta, ao centro, a figura de Tonatiuh, o deus do Sol, e, em círculos concêntricos, figuras que simbolizam os dias, as semana e os meses, além de entidades do universo asteca. 
      

A ARTE PRÉ-COLOMBIANA

      Os espanhóis ao chegarem à América no fim do século XV, encontraram civilizações bem organizadas que possuíam verdadeiros tesouros. A arte pré-colombiana foi desenvolvida por essas culturas antes da chegada dos europeus. Mais conhecidas por manifestações culturais de civilizações do México, da América Central e do norte da América do Sul, principalmente do Peru.
      A Europa passou por um grande florescimento cultural e tecnológico, resultante em grande medida do espírito humanista, que através desse, foi possível a descoberta desta arte. 
      Suas origens têm raízes em populações pré-históricas, espalhadas por várias regiões do continente. Porém, suas criações mais conhecidas são relativamente contemporâneas ao Renascimento europeu.